Nesse segundo contato com Clarice não entrei em seu mundo com a mesma facilidade que no conto anterior. Me senti perdida num primeiro momento, não entendia nada do que a autora me passava.
Então relaxei, dei uma pausa, e quando voltei foi como se minha mente tivesse sido aberta pra narrativa, captei a ideia, compreendi(
Um conto narrado em primeira pessoa por nossa protagonista, Cristina, que é uma mulher que tem uma vida monótona, vive no marasmo de uma vida vazia.
A história não é linear, já começa revelando seu final, e a partir disso Cristina nos conta como se deu sua trajetória.
Agora que já vivi o meu caso, posso rememorá-lo com mais serenidade. Não tentarei fazer-me perdoar. Tentarei não acusar. Aconteceu simplesmente. pág33Se casou com Jaime muito nova e viu que sua vida de casada não havia trazido mudanças, vivenciava a mesma situação da casa dos pais: uma vida indiferente, sem objetivos, sem propósito, sem ambição, apática.
Admito que esperava por algum acontecimento trágico de tão angustiante que era perceber como a personagem se sentia desanimada, fraca, triste, melancólica.
Até que ela ficou doente e foi internada numa cada de repouso para se recuperar, e a partir daí, ela começa a despertar.
Ao conhecer Daniel ela reconhece o perigo, mas não resiste, mesmo sendo humilhada ela se entrega em busca de algo diferente.
Mais um conto atemporal pois aborda um tema atual e recorrente: relacionamento abusivo.
Preciso deixar claro que pra mim não é fácil fazer essas leituras onde o autor explora o consciente de seus personagens, e essa é uma das características de Clarice Lispector, uma narrativa intimista, e foi esse um dos principais motivos para que eu me propusesse esse desafio de conhecer a autora: sair da minha zona de conforto, e está valendo à pena.



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