Resenha: Eu te darei o Sol

"O amor é apenas a metade da história."

Autora: Jandy Nelson
Editora: Novo Conceito
Páginas: 384
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Eu te darei é uma resenha nada satisfatória e ainda farei um pedido: por favor, pode me doar uma forte dose de ânimo? Preciso sair da letargia em que estou depois dessa leitura.

Noah e Jude são irmãos gêmeos e esta parceria vai além da bolsa amniótica que os uniu e construiu. Ele é introspectivo e ela popular, mas, ambos são amigos, unidos de almas e no amor pela Arte, que os envolve numa reciprocidade genuína e inquebrável. Será? Após vivenciarem fatos drásticos em suas vidas o alicerce desse relacionamento sofre uma rachadura, que os leva aos poucos a um iminente desmoronamento. Morando juntos e separados pelo silêncio produzido por mágoas e problemas mal resolvidos, eles em seus espaços individuais experimentam novos relacionamentos que lhes trarão descobertas e efeitos transformadores, que causarão total desligamento ou o renascimento dessa aliança.

Eu te Darei o Sol conta a história dos gêmeos intercalando passado e presente de forma individual, narrando em primeira pessoa. O foco não está neles, que se encontram competitivos após algumas mazelas, mas, ao redor personagens secundários se fazem notar pela força emocional, construindo, modificando e pairando toques importantes à trama. Bem, apesar dessa primeira visão, existem alguns pontos na obra que trouxeram descontentamento à mim.

Bem, em certo ponto da trama percebi fluidez na escrita, mas, logo me perdi pelas confusões e excessos de metáforas poéticas, por isso não consegui me envolver e ter muita dificuldade de compreensão sobre o que a história tratava. Por último, os capítulos são longos demais e a cada encerramento percebia que dos textos anteriores quase nada permanecia em minha memória, isso acontecia principalmente nas explanações sobre Jude, causando um labirinto em minha mente e grande enfado no decorrer da leitura.

Os pontos positivos que não me fizeram desistir da leitura são esses:

Primeiro: a forma como a autora tratou com singeleza a descoberta da sexualidade na adolescência de um dos personagens. Apresentando de forma madura e respeitosa a homossexualidade com pinceladas belas, apaixonantes e bem realistas, sem o uso do desnecessário hot.

Segundo: Noah. Esse personagem mexeu com minhas emoções por conta do amor à Arte, expressando seus sentimentos por meio de desenhos e pinturas, estando ou não com materiais à mão. E por último, seu grande magnetismo nos diálogos, reflexões, observações e dores existenciais presentes em seus capítulos. 

Enfim, ainda que minhas impressões não tenham sido de todo satisfatórias, deixo esta dica, esperando que outros leitores sejam melhores agraciados com a leitura.

Avaliação:

A Autora

Jandy Nelson mora em São Francisco, e lá, assim como Lennie, divide seu tempo entre cuidar das árvores e correr livremente pelo parque. Jandy é uma agente literária, poetisa com livros publicados, e acadêmica eterna. Formada pelas universidades de Brown, Cornell e Vermont. É uma pessoa supersticiosa e uma romântica dedicada, loucamente apaixonada pela Califórnia, e pela forma como esse estado continua firme na ponta de um continente. O céu está em todo lugar é seu primeiro romance.