Resenha Invisível

"As pessoas dizem que o tempo escorre pelos dedos como areia. O que não reconhecem é que um pouco de areia gruda na pele." pág 269

Skoob

Editora: Galera Record

Autor: David Levithan/Andrea Cremer

Páginas: 322

Sobre a História e Minha Opinião

Em se tratando do autor de Todo Dia, mesmo esse sendo um livro escrito em parceria com Andrea Cremer, eu fui pra leitura de Invisível esperando encontrar uma história arrebatadora, surreal sim, porém criativa, cheia de metáforas, mas as coisas não funcionaram exatamente assim.

Stephen tem 15 anos, carrega a maldição da invisibilidade, e não sabe "o porquê" e nem "como" isso aconteceu ou como é possível, e também desistiu de entender, já que a única pessoa que poderia dar alguma informação está morta: sua mãe.
O pai o abandonou logo depois que ele nasceu, deixando a encargo da mãe todo e qualquer problema, o pai passou a ser um mero cartão de crédito.
Ele consegue falar, tocar, sentir quando se esforça pra que isso aconteça, quando se concentra muito. A situação de Stephen é bem triste, ele passa pelo mundo completamente despercebido, sem ser notado, não é visto. Ele nem ao menos consegue se ver, não sabe sua aparência.

"Não sou sólido para o mundo, mas o mundo é sólido para mim." pág 8

Elizabeth é uma adolescente que acaba de se mudar, é a nova vizinha de Stephen, e ao encontrá-la pela primeira vez ele chegou a pensar que a maldição tivesse sido quebrada, que se tornara finalmente visível para o mundo.
Ela mudou-se para Nova York e traz consigo uma carga dos problemas e situações vividas na antiga cidade, e tudo o que ela quer, é ser 'invisível' para o mundo.

O encontro dos dois acontece no corredor do prédio. E para ela, Stephen é apenas mais um adolescente como ela....e vocês devem estar se perguntando: "hã, como assim, ele não é invisível?" E eu respondo: "não para ela".
Mas como isso é possível? 
Porque ela é a única pessoa capaz de enxergar Stephen?
Essas perguntas serão respondidas para aqueles que decidirem fazer essa leitura.

Juntos, Stephen e Elizabeth, buscam a 'cura' para a maldição e descobrem um mundo sobrenatural, cheio de magia, pessoas enfeitiçadas, conjuradores e rastreadores.


A narrativa é agradável, a leitura flui, a escrita é leve, num enredo sobrenatural, cheio de magia, romance e muito amor, mas ele não me conquistou completamente.
Trata-se de mais um livro sobre maldições, não encontrei nada inovador, existe as famosas metáforas do David, mas ainda assim, eu esperava mais.
É nitidamente perceptível a escrita de cada autor, esse foi mais um fator que quebrou o encanto da leitura, é facilmente identificável quem escreve  o que no texto. Logo, eu me identificando mais com escrita de tal autor, quando mudava a narrativa, minha leitura se tornava lenta...mas isso é uma coisa minha, uma questão pessoal.
A história é narrada em primeira pessoa, alternando capítulos entre os dois personagens principais, ambientada na cidade que nunca dorme: Nova York

Mas é claro, que nem tudo está perdido, como eu falei acima, existe muito amor nessa história, e foi ele que impulsionou minha leitura: o amor incondicional de uma mãe que nunca viu o rosto do filho, o amor de Elizabeth por Stephen(disposta a dar a própria vida para libertá-lo da maldição), o amor de Laurie por Elizabeth(ele é o irmão  gay dela, divertidíssimo, e cresce muito na narrativa), o amor de Millie e Saul( ela é uma rastreadora e ele seu escudo)...foi todo esse amor que deu vida a história.
E eu deixo vocês com a seguinte pergunta: o que você seria capaz de fazer por amor?

"Assim como a febre faz com que o frio pareça mais frio, o amor pode tornar a solidão ainda mais solitária." pág 235

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