Resenha Cartas de Amor aos Mortos

Livro cedido pela editora Seguinte, selo jovem da Companhia das Letras.

                                                         Editora: Seguinte
                                              Autora: Ava Dellaira
                                              Páginas: 344
                                                      SKOOB

O ano letivo começa e Laurel agora frequenta uma nova escola afastada do bairro onde mora, onde ela não é conhecida e não sabem o que aconteceu em sua família e nem o que ela passa no momento, assim não haverá perguntas, não haverá piedade e ela será tratada normalmente.
E como tarefa de casa, ela tinha que escrever uma carta para alguém que já tivesse morrido, e então ela começa sua tarefa e escreve não apenas uma carta, mas várias e para celebridades.
E é através dessas cartas que a história é desenvolvida, é através delas que Laurel conta sua vida na atualidade e no passado, seus dramas, medos e insegurança, conhecemos sua família, sua infância, seu relacionamento com a irmã, as novas amizades, e o seu primeiro amor.

Todos essas cartas são escritas para celebridades já falecidas, como: Judy Garland, River Phoenix, Amy Winehouse, Janis Joplin, Kurt Cobain, Jim Morrison e eles  tem algo em comum entre si: todos eram atormentados por seus fantasmas.

"Mas, na vida, a gente nunca tem certeza do que vai acontecer, mesmo que planeje tudo." pág 38

A princípio eu não entendi o que as cartas queriam dizer, não conseguia assimilar, não conseguia fazer uma relação lógica das cartas com as celebridades e May, parecia que nada fazia sentido, até que um click e uma luzinha se acendeu: nada é em vão na narrativa, compreendi o raciocínio e a mensagem oculta....Ava Dellaira foi muito perspicaz e habilidosa.
Nas cartas encontramos pontos em comum entre a protagonista e a personalidade célebre a quem a carta é destinada, e enquanto Laurel se questiona sobre a morte dessas celebridades ela tenta criar coragem para falar e revelar o que aconteceu que provocou a morte da irmã. 

A autora conduziu a narrativa até o clímax da história de maneira delicada, instigante, emocionante e de forma bem poética, só achei que teve muita enrolação, e quando chegou no ponto principal, aconteceu tudo rápido demais.

Laurel é bem infantil, com atitudes imaturas, mas pra mim foi completamente compreensível tais comportamentos devido a total falta de estrutura e apoio, afinal, ela perdeu a única pessoa da família com quem ela podia contar em qualquer circunstância, aquela que ela considerava única e perfeita #SQN(foi essa questão de descobrir quem realmente era May e o que tinha por trás de sua morte que me prendeu). Laurel está tentando se descobrir, se conhecer, está a procura de sua individualidade, e é nessa parte que o leitor precisa ter um pouco de paciência, caso contrário, vai acabar achando a personagem irritante.

Os personagens secundários são bem superficias, eles até tinham uma história a ser explorada mas isso não foi feito, e o romance de Laurel com Sky é inconsistente, não me convenceu.
E aqueles pais, o que foi aquilo?! É desconcertante ver atitudes tão individualistas.
O enredo envolve várias questões como suicídio, alcoolismo, homossexualismo, problemas familiares, porém, essas situações não foram bem aproveitadas.

A diagramação do livro é ótima, fonte e espaçamento agradáveis a leitura, e a capa linda é soft touch, eu não tenho nada contra.

Ressalvas à parte, eu gostei da leitura, foi interessante, valeu à pena. 

Abaixo alguns artistas citados, para saber mais sobre ele, basta clicar na imagem.

Amy Winehouse

Janis Joplin

Kurt Cobain

Judy Garland

Jim Morrison

River Phoenix

O livro tem uma trilha sonora que a autora já deixou prontinha pra quem quiser conhecer: Trilha sonora Cartas de Amor aos Mortos

Avaliação: