Resenha Para Continuar

Autor: Felipe Colbert

Editora: Novo Conceito

Páginas: 224

Skoob

Para Continuar foi lançado em agosto de 2015 pela editora Novo Conceito. Felipe é um autor que muitos elogiam, e conhecido pelo seu livro Belleville, publicado também pela Novo Conceito, então aproveitei essa oportunidade pra conhecer sua narrativa...mas eu estou num momento bem exigente com minhas leituras, então Para Continuar foi uma leitura morna, e já explico o motivo.

Bairro da Liberdade, São Paulo, é onde se passa a maior parte dessa história simples e mágica. Mas foi no metrô que tudo teve início.
Uma garota com olhos parecidos com os de um mangá chamou a atenção de Léo, um rapaz com uma cardiopatia grave e privado de ter uma vida normal.
Ele ficou meio desorientado e sem saber como agir ao chegar até ela, nem seu nome ele conseguiu perguntar, mas ela ficou nos seus pensamentos por dias, e na tela do seu tablet também.
Léo é uma bomba relógio e por isso prefere não se apegar ou aprofundar amizades, mas a partir do momento que conheceu Ayako ele sentiu vontade de mudar, de fazer coisas que antes até cogitava mas não se arriscava, não tinha coragem.
Até que decidiu pegar o metrô novamente no mesmo horário com a esperança de encontrá-la, e é claro, ele encontrou, mas ainda sem saber como chegar nela, ele decide seguí-la.
Ayako, é a garota do metrô que conquistou Léo sem fazer absolutamente nada, mora na Liberdade com o avô e juntos cuidam da loja de luminárias orientais. Mas o porão dessa loja guarda um segredo que só ela e o avô conhecem.
Léo e Ayako encontrarão muitos obstáculos para conseguir até mesmo firmar uma amizade que dirá algo mais, mas o amor desses dois já estava escrito.
A relação de Ayako e Léo é apenas o fio condutor para o mistério escondido na loja de luminárias e para conhecermos Ho( um rapaz com problemas mentais que está sob os cuidados do avô de Ayako), e compreendermos como tudo está interligado.

Encontra-se magia e delicadeza nessa história singela e até emocionante.
Ho é um personagem inocente e cativa o leitor mesmo com suas atitudes erradas.
Penka, é o melhor amigo de Léo, também foi caracterizado de forma crível e sua participação deu todo o diferencial nesse enredo.
Léo  chega a ser bastante irritante com tanta infantilidade.
Os pais de Léo super protetores criam facilmente uma empatia no leitor.
Mas sabe quando você sente que os personagens estão pairando no ar ou que alguma coisa tá fora do lugar, ou não se encaixa? Pois é, a conexão, o elo deles com o enredo não funcionou na maior parte do tempo. 

Não estava com grandes expectativas sobre esse livro porque já tinha lido opiniões bem divergentes que acalmaram minha ansiedade. E tenho que admitir que não fui conquistada completamente, apesar da história tocante, e dos detalhes sobre a cultura oriental e o bairro da Liberdade, o enredo demora pra acontecer, o desenvolvimento é lento, e como não estava num boa fase, cheguei a achar algumas partes entediantes e arrastadas. O desfecho também é bem previsível, nada inovador.


A diagramação é linda e a capa é condizente com o enredo, que por sinal tem um significado lindo.
A narrativa é alternada entre primeira e terceira pessoa. Léo ganha voz em seus capítulos enquanto temos uma visão bem ampla sobre tudo referente a Ayako em seus capítulos.
A história é delicada, simples, mágica, mas não me agradou por completo, mas pode ser que agrade você.
Leia e tire suas conclusões.

Avaliação:

FELIPE COLBERT é autor de quatro livros, palestrante e estruturador de romances. Possui trabalhos publicados no Brasil e na Europa. Carioca, atualmente vive na cidade de São Paulo com sua esposa e filho.