Resenha: Em Busca de Abrigo

Autora: Jojo Moyes

Editora: Bertrand Brasil

Páginas: 434

Skoob

Este é o segundo título que leio da autora, e mais uma vez não apreciei. Nessa história o motivo mais forte foi me sentir perdida dentro de uma leitura trivial e repetitiva, que não consegui compreender o objetivo que a autora quis passar usando fatos nada empolgantes para compor uma história sobre relacionamentos familiares. Mesmo desmotivada, esperei a mudança, afinal são 434 páginas, mas, nem um rumo eficaz salvou a história e a minha leitura.

O livro Em Busca de Abrigo é narrado na terceira pessoa, apresentando desde o início uma leitura muito arrastada, transcorrendo fatos sobre a família Ballantyne, mais precisamente relatando a história de todas as mulheres, iniciando com a jovem e reprimida, Joy, que era quase apagada pelo domínio de sua amarga mãe, Alice.
Na velhice, Joy assume o papel da matriarca de temperamento forte, emoções contidas, que em raros momentos de distração, consegue expor um lado tímido e sensível, porém, sem grandes emoções. Tão logo passamos a conhecer sua filha Kate, que poderia até ser um exemplo de liberdade feminina, se não fosse tão confusa em seus sentimentos e escolhas por conta de prisões e traumas de família. Ela resolve enviar sua filha para passar dias com os avós que moram distante.
Por último, da raiz dessas duas mulheres, surge um furacão de ousadia e rebeldia, chamado Sabine, filha de Kate, com um gênio forte que a faz falar tudo o que pensa, sem refletir nas consequências de suas palavras, aliás, uma das vítimas de sua agressividade é a sua própria mãe, por conta de algumas mazelas que se repetem em sua vida.

A trama quase foi salva quando o esposo de Joy, Edward, bastante debilitado pela idade avançada, adoece gravemente, e isso faz com que toda a família passe a conviver junto aos patriarcas por alguns dias por baixo de um mesmo teto. Esse convívio desencadeia os ressentimentos camuflados e os segredos ocultos por longos anos. Esse contato perturbador permitindo que as relações comecem a se chocar, dá início a um processo que poderá levá-los ao um completo afastamento ou renascimento do amor e da comunhão entre Joy, Kate, Sabine e demais personagens secundários.

Finalizando a resenha, quero destacar que para uma meada repleta de elementos profundos e viscerais, em minha opinião, faltou o crucial para interligar a teia, que foi a presença de uma genuína emoção para preencher a leitura com doses que poderiam ser dramáticas e profundas. Além disso, os excessos de repetições e explicações dos relacionamentos causaram-me a sensação de estar o tempo todo andando em círculos, quem sabe até, eu estivesse também em busca de um abrigo, que pela minha percepção, não foi possível encontrar.

Avaliação:

A Autora

Jojo Moyes nasceu em 1969 e cresceu em Londres. Trabalhou como jornalista por dez anos, nove deles no jornal The Independent, de onde saiu em 2002 para se dedicar integralmente à carreira de escritora. É autora de A última carta de amor, Como eu era antes de você, A garota que você deixou para trás, Um mais um, Baía da Esperança, O navio das noivas, Nada mais a perder, O som do amor e Depois de você, publicados pela Intrínseca. Como eu era antes de você, seu romance de maior sucesso, ocupou o topo da lista de mais vendidos em nove países e foi adaptado para o cinema. Com mais de 20 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, Jojo Moyes é uma das poucas escritoras a ter emplacado três livros ao mesmo tempo na lista de best-sellers do The New York Times. A autora mora em Essex, na Inglaterra, com o marido e os três filhos.