Nós perdemos o sono porque a vida nos dá medo e, ao mesmo tempo, nos emociona. Queremos agarrá-la e arrancar-lhe suas promessas, mas temos medo. Tememos que ela nos derrube, que as esperanças sejam decepcionadas, que tudo tenha sido apenas fruto da imaginação. Vocês devem perder o sono pensando no futuro. Não tenham medo. É sinal de que estão vivendo, de que a vida está entrando em vocês.
Alessandro D’Avenia em seu primeiro romance, Branca como o leite, Vermelha como Sangue, o senti buscando inspirações nos potes de tinta, tentando encontrar nas cores tons que definissem cada particularidade da vida de três personagens adolescentes com suas descobertas. Já em seu segundo romance, Coisas que Ninguém Sabe, desde o início percebi em sua escrita uma linda “poesia” de 378 páginas, que narra com perfeição uma história que conta sobre as “coisas” que ninguém ainda vivenciou, por serem etapas que fazem parte do ciclo de vida de todos nós, sem exceção. Iremos presenciar e perceber que ninguém de fato, tem as respostas para tudo.
O romance é narrado em terceira pessoa e é uma leitura envolvente e reflexiva. A trama apresenta-nos um quebra cabeça com histórias que se entrelaçam poeticamente, por isso, sugiro que a leitura seja feita sem pressa e meta para terminar, por conta das construções das emoções conflituosas vivenciadas pela personagem central Margherita e os demais personagens.
O romance é narrado em terceira pessoa e é uma leitura envolvente e reflexiva. A trama apresenta-nos um quebra cabeça com histórias que se entrelaçam poeticamente, por isso, sugiro que a leitura seja feita sem pressa e meta para terminar, por conta das construções das emoções conflituosas vivenciadas pela personagem central Margherita e os demais personagens.
A porta dos quatorze anos se abre, por ela atravessa uma menina-mulher, florescendo e sofrendo em meio aos seus receios de iniciar o primeiro dos cinco anos estudando no Liceu, unido à isso, surge a tristeza em saber que seu pai foi embora de casa. Em sua ausência, Margherita se afasta da mãe ao invés de abraçá-la, unindo à dor de Eleonora, que sofre pelo laço desfeito com o marido e por não saber se equilibrar na dura realidade de conviver com a carência e a falta de explicação no silêncio que assola seus filhos. O porto seguro da menina se encontra na sua avó Teresa, uma excelente cozinheira que prepara os alimentos com doses de amor e esperança para todos que ali se achegam, pois acredita na teoria de que problemas e preocupações são melhores resolvidos se o corpo estiver fartamente alimentado.
Em sua vida escolar, ela encontra três peças fortes do seu quebra-cabeça: Marta, a única amiga que pertence à uma família nada convencional e muito amorosa. O Professor, distante, exigente, totalmente alheio ao mundo real pelo receio de viver, esconde seus temores dentro de inúmeros livros, usando-os como escudo para afastar de si a convivência visceral com a vida e seus participantes. Por último, ela conhece seu primeiro amor, Giulio, um jovem com um universo de carências e rebeldias em seu coração e na alma; ele reserva um amplo espaço para observar a vida e suas debilidades, tendo assim, inspirações para suas escritas.
Enfim, Coisas que Ninguém Sabe, é profundo, poético, me raptou de meu cotidiano a tal ponto que me esqueci de mim, tendo somente a existência do romance, falando diretamente com as minhas precariedades de entendimento sobre muitas coisas.
Não foram poucas as citações que alimentaram minhas emoções, porém, tentei reunir as mais impactantes e inspiradoras para compartilhar afeto e esperança, sobre coisas que ninguém (ainda) sabe.
Quatorze anos é querer tudo e nada ao mesmo tempo. Ter segredos inconfessáveis e perguntas sem respostas.
Se quiser saber a verdade, pergunte-a aos pequeninos.
Quem conhece a dor reproduz-lhe o eco por toda a vida, como as conchas fazem com o mar.
O mercado dos ignorantes é como o dos mortos: não diminui.
As pessoas, quando se trata da verdade, nunca sabem o que dizer.
Nos livros, as coisas nunca têm os momentos certos... a vida, porém, está sempre com muita pressa.
Não somos perfeitos, mas, a perfeição, como você sabe, está sempre a um degrau de distância e nós a deixamos para os outros.
O sorriso depois de um pranto, é o melhor espetáculo que uma mulher sabe exibir.
Se você não envolver o sangue e o coração, nas coisas que tem à sua frente, a vida não dá certo.
Muitas vezes, a coragem chega quando é tarde demais, porque o medo impede de ver adiante.
A literatura obriga a pessoa a tratar por você os próprios pensamentos e a descobrir se eles realmente lhe pertencem.
Somente quem sabe ler uma história sabe compreender o que lhe acontece... Somente quem sabe ler um personagem sabe ler as páginas do coração de um amigo, uma amiga, uma namorada, um namorado.
Um homem escolhe uma mulher, e vice-versa, na esperança de que, no mundo, exista pelo menos uma pessoa que seja capaz de perdoar tudo que o outro faz, ou que, pelo menos, tente.
Exalta-se com seus livros, ama seus livros, não as pessoas. Ama as palavras, não a vida, porque a vida tem sombras e dói.
A literatura é uma mentira que serve para dizer a verdade...
As pessoas são feitas de luzes e sombras. Enquanto não conhece as sombras, você não sabe nada de uma pessoa. Tente ver as sombras antes das luzes, senão vai se decepcionar.
Alguém já disse que “te amo” é sinônimo de “é maravilhoso que você exista do jeito que é e, se você não existisse, eu criaria você exatamente como você é, incluindo os defeitos”.
A única força para se manter em equilíbrio sobre o fio da vida é o peso do amor.
os quotes são bem legais, eles trazem bastante dessa proposta poética da trama
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirNossa parece mesmo ser uma ótima leitura, e as quotes que escolheu me deixou bem curiosa e com muuuita vontade de ler a obra.
Parabéns pelo post, um beijo.
Que bacana!
ResponderExcluirTambém quero ser raptado por esse romance, fiquei curioso em conhecer o livro depois que li sua resenha. Gosto de leituras poéticas.
Parabéns pela resenha e pelo blog, sou fã do teu trabalho, um abraço, Dieison, do Rio Grande do Sul.