12 outubro, 2018

Resenha O Homem de Lata

Às vezes basta você desviar o olhar e as coisas mudam.
Autora: Sarah Winman
Editora: Faro Editorial
Páginas:160
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Desde já peço a paciência dos leitores, porque tentarei descrever o que não funcionou e não arrepiou, a despeito do transbordar de fatores existenciais na obra. Para muitos o livro foi extremamente profundo e lindo, para mim foi um afogamento iminente, de tão perdida que estava, mesmo que trate de relações humanas, assunto que tanto gosto. Enfim, vamos à resenha.
"Me esforço pra aliviar a dor das pessoas. Eu me esforço porque não consigo enfrentar a minha."
A trama apresenta a inigualável amizade dos adolescentes Ellis e Michael, iniciada na década de sessenta, evoluindo e tomando forma em seus dias de convivência. Com o passar do tempo grandes transformações, sonhos, descobertas, partidas de pessoas essenciais, reencontros e encontros vão se agregando ao quebra-cabeça de suas histórias. Porém, inesperadamente a reciprocidade se dissolve após uma ruptura brusca sem explicação e despedidas. 

Abatimentos e repetidas lembranças insistentemente visitam suas mentes e cotidianos em diferentes lugares, com experiências e novas pessoas. Até que um dia isolado em casa após um acidente, revivendo lembranças quase tocáveis de tão vivas, Ellis recebe uma caixa contendo objetos, cartas e diários de Michael. A partir desse acontecimento, o passado antes contido por pais autoritários, amigos e cônjuges, chega com respostas antes silenciadas por décadas de dor, interrogações e desilusões.


Foi difícil me conectar aos personagens Ellis e Michael, por tentar encontrar um sentido na história de ambos. Cheguei a conclusão que é um livro sem segredos arrepiantes, personagens marcantes e muito menos diálogos arrebatadores e surpreendentes para mim, porém, o que me cativava às vezes eram justamente as metáforas e descrições poéticas.

Em suma ele é um desenrolar de cotidianos, referencias literárias, musical e de obras de artes, além dos desenvolvimentos dos anos 1960 a 1990, incluindo obviamente as idiossincrasias dos personagens Ellis, Michael e demais presenças fundamentais, como a mãe amorosa e de mente aberta, o pai autoritário, a avó zelosa, os amigos de trabalho e Annie, que fortaleceu mais os laços entre eles.


A escrita é diferente das que costumo ler e é dividida em duas partes, iniciando com Ellis, bem melancólica e a segunda em Michael, mais desembaraçada. Não há mudanças significativas caminhando para o final, portanto encerra de forma morna e inesperada, deixando-me mais perdida do que já estava...


Enfim, caso queira tirar suas próprias conclusões, leia e conheça a obra de Sarah Winman.
“A vida muda de um jeito que não conseguimos prever. Muros vêm abaixo e pessoas são libertadas.”

Avaliação

A Autora


SARAH WINMAN nasceu em 1964 na Inglaterra e é uma atriz e escritora. Em 2011, seu romance de estreia tornou-se um bestseller internacional e ganhou vários prêmios, incluindo New Writer of the Year no Galaxy National Book Awards. O Homem de Lata também está concorrendo a diversos prêmios, e segue como finalista do Costa Novel of the Year do ano de 2017.
 


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