Resenha Simplesmente o Paraíso - Quarteto Smythe-Smith

Os livros salvaram a minha sanidade

Editora: Arqueiro
Autora: Julia Quinn
Páginas: 272
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Honoria vive um momento crítico, em breve fará 22 anos e não consegue compreender por que não se casou. Sua presença nos eventos que promovem encontros em Londres é frequente e até já foi cortejada por alguns, porém, eles desistem rapidamente. Outro drama que a solteirice lhe impõe é a participação no famoso (ou tenebroso?) quarteto Smythe-Smith. Mas, mesmo que não suporte tanta desafinação, seu respeito é imenso pela tradição da família, principalmente pelos laços de afeto que são sempre renovados.

Mas, o que Honoria não sabe é que Marcus Holroyd, amigo de infância, prometeu ao seu irmão, que está exilado na Italia após um angustiante acontecimento, zelar por ela e o faz com exagerado empenho. Mesmo odiando Londres, Marcus sempre está no encalço e o curioso é que são nesses momentos que os pretendentes desaparecem, ou seja, outro fato estranhíssimo, não?

Mas, um grave acidente os une por longos dias, intensificando esta amizade e trazendo a tona inimagináveis momentos durante esse período. Resta agora saber como eles lidarão com tais acontecimentos e alguns segredos descobertos.

Tive a feliz escolha na tentativa de reiniciar minhas leituras bloqueadas de maio quando me aventurei no universo dos romances de época. Para a inovada trajetória embarquei na leitura da série Quarteto Smythe-Smith de Julia Quinn, que também seria meu primeiro contato com suas inspirações impregnadas de descrições excelentes de olhares languidos, pausas sussurrantes e posturas tradicionais para a época citada. Como sabemos enredos dos antigos séculos, geralmente expõe comportamentos dominantes sobre as mulheres, e as mesmas ansiavam antes dos vinte anos se casar visando obter segurança pessoal e financeira do que simplesmente almejar uma profissão, vivenciar outras experiências, como a amorosa, com inúmeras conquistas, regadas pela almejada liberdade, como é o universo feminino contemporâneo, porém, a autora quebra sutilmente esses moralismos tacanhos, sem apagar a áurea romântica ao tecer tramas envolvidas em atmosferas encantadoras com protagonistas masculinos de caráter e comportamento marcantes e os femininos ousadamente à frente de seu tempo.

Meu contato com esta obra frenética e audaciosa superou totalmente minhas expectativas, por mais que o final feliz seja evidente. O que trouxe inovação ao romance e prendeu minha atenção está presente nos acontecimentos entre a conquista sem urgência e previsível do envolvimento amoroso. A narrativa em terceira pessoa é deliciosamente bem humorada,  com trocadilhos inteligentes e diálogos bem elaborados. As características de Honoria e Marcus são extremamente marcantes, realistas e levou-me tanto a torcer como adorar a presença de ambos, constatando-me que a autora tem o dom de contar histórias, repletas de reviravoltas deliciosas tão impossíveis de serem pausadas durante a leitura. Até os momentos picantes e os clichês tem a sua beleza e os momentos certos. Senti-me renovada pela leveza fluída dessa obra e a mesma abriu-me um leque de curiosidade em prosseguir na descoberta dos outros volumes da série Quarteto Smythe-Smith.

Com certeza recomendo esta leitura e aguardo que os demais romances sejam tão instigantes quanto esse.

Avaliação

A Autora

Julia Quinn começou a trabalhar em seu primeiro romance um mês depois de terminar a faculdade e nunca mais parou de escrever. Seus livros já atingiram a marca de 8 milhões de exemplares vendidos, sendo 3,5 milhões da série Os Bridgertons. É formada pelas universidades Harvard e Radcliffe. Seus livros já entraram na lista de mais vendidos do The New York Times e foram traduzidos para 26 idiomas. Foi a autora mais jovem a entrar para o Romance Writers of America’s Hall of Fame, a Galeria da Fama dos Escritores Românticos dos Estados Unidos, e atualmente mora com a família no Noroeste Pacífico.